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Qual a fórmula para o prazer?
09.11.21
Dra Luiza Martins. Ginecologia e Sexualidade. CRM 66305. RQE 45466

Qual a fórmula para o prazer?

Muitas pessoas chegam no consultório em busca dessa resposta. E parece frustrante, para quem decidiu trabalhar com sexualidade, responder que não existe uma fórmula, ou que, se ela existe, é composta por inúmeras variáveis.

Mergulhei de cabeça nos estudos em Sexualidade Humana, em busca da solução de um problema tão comum: a falta de prazer nas relações.

E eu, que nunca fui “lá essas coisas” nas aulas de matemática, me atrevi a criar uma fórmula para facilitar a abordagem dos problemas sexuais trazidos pelas pacientes.

Partindo de um conceito já consagrado que sugere que “o ato sexual é um composto f-F (fricção e Fantasia). Mais Fantasia do que fricção”. Acrescentei o repertório sexual como uma variável imprescindível para o incremento do prazer nas relações.

Foi assim que criei esta função afim para ajudar quem está a fim de melhorar a sua vida sexual:

🔥 = Fx + f

Onde 🔥 representa o prazer; F representa a fantasia; f representa a fricção e x representa o repertório erótico.

Calma! Não precisa entender de álgebra para resolver essa equação. Basta compreender que um bom sexo resulta da somatória de um estímulo tátil adequado (f = fricção) e de um estímulo psíquico erótico satisfatório (F = Fantasia). E nessa equação, o estímulo psíquico tem um peso maior.

A representação gráfica dessa equação é uma reta crescente que reforça a importância da fantasia no ato sexual. O “x” da questão é o repertório erótico de cada um. Quanto maior o repertório erótico, maior será o prazer alcançado durante as relações. E como melhorar o repertório? Praticando! E consumindo conteúdo erótico de qualidade.

Aqui, vale ressaltar a importância do consumo consciente e diversificado de conteúdo erótico de qualidade: literatura, podcasts, filmes, imagens, conversas sobre sexo, tudo isso incrementa a equação resultando em mais prazer. Por outro lado, conteúdos que reforçam o sexismo, a pedofilia, a gordofobia, o etarismo, a homofobia e a transfobia podem contribuir de forma negativa, prejudicando ou até mesmo bloqueando o prazer.

Para simular algumas queixas frequentes no consultório e ampliar a discussão sobre o tema, levanto os seguintes questionamentos:

- Como aumentar o prazer em uma relação já satisfatória?

- Existe prazer sem fantasia?

- E sem fricção, é possível sentir prazer?

Situação 1: o sexo com fantasia

Essa é a situação desejável para a manutenção de uma vida sexual saudável. Um gráfico ascendente que representa a importância da fantasia no ato sexual. Por isso ela foi inserida como o coeficiente angular dessa equação, caracterizando a taxa de crescimento da função. E o “x” da questão é o repertório erótico. Ou seja, quanto mais conteúdo erótico for consumido, maior será o prazer alcançado durante as relações. Aqui, reforço a importância do consumo consciente e diversificado de conteúdo erótico de qualidade: literatura, podcasts, filmes, imagens, conversas sobre sexo, tudo isso incrementa a equação resultando em mais prazer.

Veja como fica o gráfico dessa equação: uma função ascendente.

Situação 2: o sexo sem fantasia

Considerando a equação proposta 🔥 = Fx + f; se F=0, então 🔥 = f.

Ou seja, se não há fantasia, o prazer é produzido somente pela fricção.

Veja como fica o gráfico dessa equação: uma função constante. O famoso sexo mais do mesmo, todo dia sempre igual, que pode ser prazeroso, mas poderia ser melhor.

Situação 3: existe sexo sem fricção

Considerando a equação proposta 🔥 = Fx + f; se f=0, então 🔥 = Fx.

Ou seja, se não há fricção, ainda assim é possível ter prazer. Isso é o que acontece, por exemplo, durante um sonho erótico ou em algumas situações no tantra onde o orgasmo é atingido sem que haja o toque.

Veja como fica o gráfico dessa equação: uma função linear ascendente.

Vale lembrar que tudo isso é somente uma teoria que criei para facilitar o entendimento sobre o assunto, e explicar de forma didática a importância da fantasia e do repertório erótico no incremento de uma vida sexual saudável. Os gráficos e as equações aqui propostos, não fazem referência a dados numéricos reais, são somente uma alusão teórica baseada em estudos sobre sexualidade.

Dra Luiza Martins

Ginecologia e Sexualidade

CRM 66305. RQE 45466

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